Uma auditoria realizada pela GFK Brasil, nos primeiros cinco meses deste ano, mostra que do universo de 4.500 analisadas editoras analisadas, apenas 10 foram responsáveis por quase 30% do faturamento do mercado editorial no Brasil.
Para que se tenha uma ideia do levantamento, pioneiro por medir o mercado no ponto de venda ao consumidor, cinco destas 10 maiores editoras responderam, por exemplo, por 18% do total arrecadado com a venda de livros no varejo brasileiro, enquanto as três tops concentraram 12% do montante.
Dentre os 150.000 títulos verificados, 20 responderam por 8% do faturamento do setor. Já os dez títulos mais expressivos foram responsáveis por 5,8%, enquanto três deles contribuíram com 3,6% da arrecadação total.
O estudo levou em conta o cenário de vendas em livrarias, sites e diversos pontos de venda – como lojas de departamentos e hipermercados – que comercializam livros no País. Além dos livros tradicionais, também foram pesquisados e-books e áudio books em três categorias: Não Ficção (Direito, Medicina, Ciências etc.), Ficção (Literatura, Jogos) e Infantil Juvenil (ficção e não ficção).
“A divulgação de indicadores sobre o mercado editorial agora faz parte do escopo de trabalho da GfK no Brasil. Trazemos a expertise de nossas operações em 14 países, onde a apuração de dados junto a varejistas de livros já é uma prática consolidada. A expectativa é que esse levantamento seja contínuo para subsidiar a tomada de decisões estratégicas e táticas de editoras e livrarias”, explica Diogo Bettencourt, gerente de novos negócios da GfK Brasil.
A evolução das vendas no Brasil
O Painel de Livros da GfK Brasil procurou apresentar o perfil das vendas ao consumidor final realizadas no País. Em função disso, o mês de janeiro – considerado a base de 100% – é o que apresentou o maior volume de saídas de livros, já que agrupou dois fenômenos responsáveis pelo aumento da demanda: época de férias e procura por livros didáticos.
Mas ao longo do ano o volume diminui. Fevereiro registrou a queda mais brusca dos cinco meses analisados: 24,7%. Em março houve alta de 4,8% no total de unidades vendidas e abril foi marcado pela queda de 5,2% no volume de vendas, enquanto maio apresentou alta de 7,5%.
Basicamente entre janeiro e fevereiro houve uma queda no faturamento da venda de títulos da ordem de 20,6%. Entretanto no período, o preço médio do livro subiu 5,5%. E nos meses de abril a maio o faturamento voltou a subir em 5,6% enquanto o preço caiu em 1,8%.
A auditoria apurou também o comportamento das vendas por categorias, sempre tendo como base o mês de janeiro (100%). Em fevereiro, no segmento de não ficção, as vendas foram da ordem de 83%, com alta em março (90%), queda em abril (77%) e nova alta em maio (81%). Já nos livros de ficção a queda foi maior: 71% em fevereiro, 73% em março, 73% em abril e 78% em maio. Na categoria infantil e juvenil a oscilação das vendas registrou 73% em fevereiro, 78% em março, 79% em abril e 87% em maio.
A categoria mais importante, de janeiro e maio, tanto em volume de unidades vendidas quanto em faturamento, foi a de não ficção, que representou 71,7% do faturamento do mercado e 61% do volume de livros vendidos. Já em unidades, os gêneros mais vendidos foram Literatura Estrangeira (17% do total do mercado) e Infantil e Juvenil (15,5%). Em faturamento, o destaque ficou com Ciências (17,8%), seguido de Administração/Economia/Informática (16,4%).
“A taxa de analfabetismo no Brasil está caindo e isso possibilita ampliar o mercado consumidor. Por outro lado, o País apresenta distorções que dificultam melhorar o cenário. Enquanto o preço médio do livro de ficção aqui é de R$ 32,00, na França é de R$ 26,10. O de não ficção no Brasil custa em média R$ 49,40 e na França R$ 34,60. Já o Infantil/Juvenil – que no varejo brasileiro é vendido por R$ 28,60, em média –, é comercializado a R$ 18,50 na França”, explica Claudia Bindo, gerente de atendimento da GfK Brasil, ressaltando que o contraste fica ainda maior quando se analisa a média geral. “Se por um lado o preço médio do livro no Brasil é de R$ 45,00 e temos uma renda per capita média abaixo de R$ 30 mil por ano, na França o livro custa menos da metade do vendido aqui, enquanto a renda da população deles é três vezes maior que a brasileira”, conclui Claudia.
Fonte: Portal No Varejo