por Patrick Doyle
“Estávamos todos um pouco nervosos”, o baterista Nick Mason diz à Rolling Stone EUA
Mais tarde, os três membros remanescentes do Pink Floyd se apresentaram juntos no palco (leia aqui) pela segunda vez nos últimos 30 anos e pela primeira desde o show no Live 8, em 2005. “Foi muito bom meio que fazer parte disso e mostrar apoio a Roger. Não que ele realmente precise”, Mason diz sobre o show de quinta à noite, durante o qual os três tocaram “Outside the Wall”. “Eu acho que é bom ter Roger querendo registrar David e eu como parte disso, de certa forma. Foi meio que uma coisa mútua: foi bom ser reconhecido. Mas também foi muito bom poder apoiar Roger e deixar claro que não o criticamos por ele fazer isso.”
Após a passagem de som, os três se sentaram à mesa, no backstage, e comeram um jantar leve. “Estávamos todos um pouco nervosos, porque era um momento pré-show, então não era [uma ocasião] relaxada, ‘vamos todos bater papo sobre tudo’. Já que [David] não tocava a faixa tinha muito tempo, ele provavelmente estava preocupado com a tecnologia que o ergue até o topo do muro. É bem assustador lá em cima – já subi uma vez e é uma trajetória longa parede acima.”
Em seguida, Mason se recolheu ao seu assento na arena, onde os fãs o cumprimentaram empolgados, e assistiu a The Wall pela primeira vez como espectador. “Foi incrivelmente bom”, diz ele. “É uma pena, de certa forma se você pudesse voltar no tempo e ter acesso a esse tipo de tecnologia há 40, 30 anos, teria sido fantástico. Quer dizer, é interessante, porque acho que The Wall foi atualizado. Quando você olha para o cenário do palco e a luz que existe agora, isso dá uma apagada no que costumávamos fazer.”
A performance de Gilmour em “Comfortably Numb” aconteceu de forma magnífica. Então, ao fim do show, Waters convidou Gilmour (desta vez com um bandolim) e Mason (com um tamborim) para “Outside the Wall”, que tinham pedido que ele tocasse meia hora antes do show. No palco, Waters abraçou Mason e dançou com ele de um lado para o outro. “Ele quase me derrubou”, Mason diz. “Achei que ele fosse me jogar para fora do palco.”
E foi falada mais alguma coisa no backstage, depois do show? “Você quer dizer, além de ‘foda-se você, te odeio’? ‘Eu nunca mais quero te ver’? Não.”
A notícia da reunião se espalhou como um incêndio online, o que deixa Mason perplexo. “Incrivelmente, são só três caras velhos se juntando por um momento, realmente estranho. Mas, se é disso que as pessoas gostam, então, isso é ótimo.” Naturalmente, isso reacendeu a esperança de uma reunião. Gilmour é o único que não aceitou fazer uma reunião com os membros vivos da banda. Mason e Waters disseram que estão dispostos a realizar mais atividades com a banda, após terem se reencontrado para o Live 8, em 2005.
Não espere, contudo, que o baterista suba mais vezes ao palco durante a passagem de The Wall pela O2 Arena. “Foi uma coisa muito legal de se fazer, mas poderia se tornar um pouco clichê se a gente continuar escalando até o topo daquela parede e se abraçando no palco. Quer dizer, já foi suficiente. Somos ingleses, afinal de contas. A gente não faz muito essa coisa de ficar se abraçando.”